sexta-feira, 30 de abril de 2010

os lobos nas paredes
















Tenho um amigo que não considera este livro um livro infantil. Porém a minha experiência (X 2) diz-me que se torna um preferido aos 2 anos e meio, ao ponto de o saberem de cor. É da dupla premiada, Neil Gaiman e Dave McKean, autores de um outro livro que perdemos. Tem umas belíssimas ilustrações e um texto forte em ritmo, vocabulário, graça e ironia.
















Ele conta mais ou menos assim: sobre coisas que não se vêem são as crianças quem sabem.















Os adultos (e algumas crianças) são uns tristes ignorantes nestas matérias. Mas podem dar-se mal por não dar ouvidos às crianças.

















E se realmente não lhes derem ouvidos, aí, é o fim.















Toda a gente sabe isso.
















As consequências podem ser devastadoras e invadir tudo, inclusive as melhores roupas da família.
E depois...
Sim, os adultos, inclusive a rainha da melanésia que tinha passado por lá a ajudar na jardinagem até podem inventar uns subterfúgios, sejam eles, ilhas desertas, balões de ar quente, casas na árvore, desertos ou o espaço. Mas se há  um lugar pelo qual vale a pena lutar é o da família, onde podemos reconquistar segurança. As crianças sabem isso, e os adultos até concordam.  E por isso as histórias dão as suas voltas.

Só aqui faço aqui faço uma batota. Aos dois anos e meio acabo a história no happy end, quando tudo volta ao normal. Aos dois anos e meio é preciso acreditar na omnipotência.

Mas mais tarde, então já podemos ler até ao fim. Porque como é bom de ver, depois de um problema resolvido virá sempre outro. Toda a gente sabe isso. Pelo menos as crianças sabem e os seus porquinhos também.

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Os Lobos nas Paredes. Edição Vitamina BD.

quarta-feira, 28 de abril de 2010

segredo útil
















outro dia voltámos ao pavilhão do conhecimento onde não íamos há anos. e descobrimos um segredo que não está escrito em lado nenhum: no último sábado de cada mês a entrada no pavilhão do conhecimento é só 1€ por pessoa. vale a pena porque a entrada não é propriamente barata e assim dá para ir várias vezes pouco tempo em vez de ir uma vez muito tempo, que nos parece mais proveitoso.

terça-feira, 27 de abril de 2010

feeding an hungry lion

Adivinham qual dos leões acabou com o fiambre, não?
S., 2e1/2

segunda-feira, 26 de abril de 2010

pirataria


















mais espada feita em cartão e chapéu enfeitado com um chupa-chups e uma "pena" de salsa.
L.

domingo, 25 de abril de 2010

liberdade, igualdade, desenvolvimento
































À parte todas as outras liberdades e direitos reconquistados temos aqui de sublinhar as que foram ganhas na protecção da infância e as que tornaram (ou ainda vão tentando tornar) a escola um terreno de igualdade e de desenvolvimento.

Primeiro, pela proibição do trabalho infantil (art. 69º), medida fundadora para reverter a vergonhosa situação de analfabetismo do país (nos anos 60, 60% da população era analfabeta).
Depois, acabando com a discriminação de género que à excepção de algumas escolas pioneiras e privadas, imperava. E que assim, reassegurava a imutabilidade da ordem social, fomentando a separação e falta de comunicação e partilha entre homens e mulheres.

Apesar de todos os males ainda é isto a democracia. E é isto o 25 de Abril de 1974. Sempre e na vida de todos os dias.

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ver também este texto.

Da Bolha à Liberdade!

“- Antes as pessoas viviam todas numa espécie de bolha. Não era bem uma bolha. Era um círculo. Não podiam sair de casa. Podiam mas, não era para conversar umas com as outras, porque senão eram presas por uma tropa que existia. Depois veio outra tropa que acabou com a anterior e as pessoas ficaram felizes porque já podiam sair de casa em liberdade.”

E depois escolheu "Os Vampiros" de Zeca Afonso para ilustrar o 25 de Abril.

L. (7 anos)

meninos descalços






















Primeira Memória.
Não me lembro da cara. Só me lembro dos pés. Uns pés pequeninos, magros, tisnados pelo sol. Era o dia 7 de Outubro, dia do início do ano lectivo e o menino, uma saca de pano na mão, tal como os outros aguardava.
Foi o directos que abriu a porta e os chamou um a um.
Quando chegou a vez ele, olhou-o de alto a baixo. Depois virou-se para a mãe e disse:
- O rapaz não pode entrar descalço. Vá a casa calçá-lo e traga-mo cá depois.
Respondeu a mulher que isso não podia fazer. O menino não tinha sapatos. Tivera uns, mas já não lhe serviam, pois crescera muito durante o Verão. O seu marido estava sem trabalho e por agora não arranjava maneira de comprar sapatos novos à criança.
Nem ela nem o pai sabiam ler nem escrever, mas queriam muito que o menino aprendesse. Que, por favor, o deixasse ficar mesmo assim. Talvez fosse só uma questão de semanas.
O director respondeu que achava bem que o rapaz aprendesse, mas a lei era a lei e ele não podia fazer nada; que visse ela como conseguia resolver o problema.
A mãe pegou na mão da criança e partiram os dois de cabeça baixa.
Eu, da porta da sala ao lado (a da aula do sexo feminino), fiquei a vê-los.
O chão era empedrado, mas parecia-me que o menino ia deixando pegadas a marcar o caminho do seu retorno à lezíria.
Esse tempo existiu. E eu nunca vou esquecer.

Manuela Castro Neves. Da Vida na Escola.

terça-feira, 20 de abril de 2010

domingo, 18 de abril de 2010

pê de pai



















já não é actual e não foi no dia do pai.
a capa teve óbvia inspiração neste livro, mas o interior é puro objecto gráfico.




ou também um pouco deste livro...














e para terminar:
Laura, 5/6 anos.


segunda-feira, 12 de abril de 2010

we are sorry for the interruption























Sueño nº29, do livro Sueños de Grete Stern.

as ideias florescem mas nem sempre o tempo ou a capacidade para as concretizar.

vamos tentar publicar algumas coisas que ficaram pelo caminho. mesmo que já venham fora do tempo, fica a intenção.